domingo, 3 de maio de 2009


Talvez amanhã seja tarde
e a calma desapareça naturalmente sem avisar
Se permaneça calada maligna e intacta com sua beleza de plumas coloridas como um cocar de índios
Talvez este rio seja como a vida, um rio que corre e nunca vai secar
Talvez esta água nos leve paa algum lugar
Mas seja o lugar que derrame lágrimas imensas silenciosas da felicidade dos que não aprenderam a decidir
E renuncie aos nossos planos covardes de decisões emergenciais diante da vida
Talvez você pela primeira vez possa me ouvir e aceitar minhas propostas de viver de verdade
Talvez você me aceite como um azeite doce para fazer parte de alguma parte da sua vida
Talvez desta vez tua excentricidade te deixe viver alguma vez agora
E me deixe fazer parte dela depois de 100 anos de solidao invisível em que cheguei até aqui
Talvez voce entenda que nunca poderei calar sua solidão mesmo estando ao seu lado
Talvez eu continue e opte por me manter cinzento para me manter na escolha de viver ao seu lado
E preserve minha luz para um final de sábado alados
Nunca vai terminar, eu tive a resposta ontem no meio da escuridão enquanto cantava e pedi a resposta ao universo enquanto me sentia o guardião do universo grato foi quando tive a resposta como uma luva que sustenta e reanima
Que reacende o previsto que já se sabe do mal
Uma semana escutando Fellini
Uma semana pensando em voce 1 milhao de vezes e dizendo para min serem estas vezes algumas dezenas
A certeza injusta de que estaria curado
Quando faltava pouco para descobrir que não tratava-se de cura
As peles sendo trocadas
Os grãos, nossa cama dura
Tudo precisando morrer para germinar
E eu te esperava desta vez leve e com certeza
Não havia dúvida que havia os 100 anos de solidão que me levava a voce sendo docemente guiado pelo amor
outra vez não existia mais raiva, tudo se reanimava no amor sagrado
E que voce era a única cura quando não se tratava mais de cura
A última esperança da minha alma feliz e saudável, forte e capaz de te proteger de todos os males que pudesse nos atacar desta vez
Já não sabia se tratava de amor, mas de solução para minha mente
Foi quando tocaram nela, assopraram, fizeram de tudo
Eu na minha ânsia de me tornar santo
E os 100 anos de solidão completariam mais um dia, silenciosos pelas manhãs de barro em ruas perdidas distantes, sendo engolidos distantemente obliquos
Desta vez sem pedir ajuda, sem socorro
Eu já não sabia
Era tudo que eu queria
eu sabia que não mais funcionaria com voce ou sem voce
Eram os cem anos de solidao dilacerante que corroia a alma e garganta
Como um verme pernicioso agradavel que vai resumindo tudo em páginas malcriadas de um livro que assopra os outros proximos normais dias secretos por natureza, cegos por estranheza
os passos inexatos, a cadência torta que era guiada pelo pensamento dormente de amor
eu já não sabia se podia te esperars e podia atravessar
Se tinha o direito de pensar
Deitei minha cabeça no travesseiro não sabia mais em que pensar mesmo já tendo pensado em tudo de forma calma e concisa
mesmo com a calma há segundos atrás
já nao se tratava de desespero e por isto o desejo fluia outra vez lúcido, consciente, tomava outra forma
tudo calmamente, sem tormenta, sereno eu te esperava
queria aproveitar todo aquele ínfimo espaço de tempo para pensar em algo novo
como uma criança nova nesta nova descoberta
estava feliz
estava surpreendentemente feliz e solitário
e sabia que o remédio nao seria encontrado em outro alguém
embora desta vez quisesse e fizesse questão da sua companhia
Tinha passado os últimos dias resolvendo todos os problemas e dificuldades do mundo num esgoto escroto da humanidade
uma virulência transmitida diariamente na grande profusão da vida negra sub-humana
os sorriso desgastados, os olhos secos
eu esta orgulhoso de carregar o mundo nas minhas costas
nao tinha nem mais o direito de reclamar, estava me sentindo na obrigação de me manter o mais forte possivel
dei-me provas cabais de que seria digno do seu amor
fazendo da minha vida um filme forrest gump que segue silenciosa pelos dias
das coisas que teria feito para te levar dentro da minha cabeça
das coisas que nao se faz propaganda
pelos 100 anos de solidão
quem sabe tal dia ainda vêm

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