terça-feira, 22 de janeiro de 2008



O Homem Duplo (A Scanner Darkly, 2006) - Richard Linklater


Baseado em um conto de Philip K. Dick, o filme utiliza a mesma técnica de animação sobre cenas filmadas (rotoscopia digital) que o diretor Richard Linklater havia usado em Waking Life (2001).



Um trecho do roteiro que me chamou bastante a atenção:



"Que desperdício de casa

Dava para fazer tanta coisa com ela.

Uma família com filhos podia morar aqui.

Foi projetada para isso.

Que desperdício

Deviam confiscar e dar um uso melhor a ela.

Eu tenho que agir como se eles não estivessem aqui.

Presumindo que "eles" existam.

Pode ser só a minha imaginação.

O que quer que esteja vigiando...não é humano... ao contrário da Donna de olhos pretos.

Nem parece piscar.

O que um scanner registra?

Um pensamento?

Um sentimento?

Ele vê dentro de mim, de nós?

Clara ou escuramente?

Espero que veja claramente, porque eu mesmo não me vejo mais.

Vejo só trevas.

Espero que os scanners façam melhor.

Porque se o scanner vê apenas coisas ruins, como eu vejo...então eu estou amaldiçoado para sempre.

E nós só morreremos sabendo pouco e levando a impressão errada sobre as coisas."

terça-feira, 15 de janeiro de 2008


Filme muito bom do cineasta inglês Michael Powell, que foi redescoberto nos anos 70 por Martin Scorsese.'A Tortura do Medo' (Peeping Tom) é de 1960 e foi um filme produzido na Inglaterra.


Este filme quase encerra a sua carreira por ser um filme tão a frente para sua época.


Me lembrou bem Frenesi de Hitchcock, pelo qual declarou ser fã de Michael Powell.

O diretor Michael Powel é mais conhecido pela obra “Sapatinhos Vermelhos”.

O uso das cores, especialmente o vermelho, é marca registrada neste filme.


“A Tortura do Medo” é considerado um dos mais brilhantes estudos sobre o voyeurismo no cinema.

Recomendadíssimo, entrou na minha lista de 10 melhores filmes que já assisti. Sem falar que o filme abre um leque de discussões em temas que são críticos na atualidade.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Melores filmes de 2007 fora da ordem de importância




Number 1 : O Cozinheiro, o Ladrão, Sua Mulher e o Amante ( The Cook the Thief His Wife & Her Lover ) de Peter Greenaway, 1989

Recheado de violência, escatologia e canibalismo, este filme do inglês Peter Greenaway é um banquete para os olhos. Com a cumplicidade do fotógrafo Sacha Vierny e do estilista Jean-Paul Gaultier, Greenaway realizou uma das mais requintadas obras-primas do cinema contemporâneo.


http://www.petergreenaway.co.uk






Number 2 : Lavoura Arcaica de Luiz Fernando Carvalho, 2001

"Lavoura Arcaica", o livro de Raduan Nassar e o filme de Luiz Fernando Carvalho, é um dos mais belos exemplos da miscigenação possível entre o cinema e a literatura.

Tudo gira em torno disso: o arrependimento, a desestruturação da família, as memórias amargas (mesmo quando felizes, as memórias só reforçam o quanto essa sua antiga felicidade será destruída), a fuga de casa, o resgate pelo irmão.

As referências bíblicas são óbvias, não somente pela adaptação de uma parábola cristã, mas principalmente pela utilização da Palavra com todo o seu poder de Verdade.

A trilha sonora foi realizada de maneira semelhante, com a presença do compositor Marco Antônio Guimarães, líder do grupo instrumental mineiro Uakti, durante as leituras. A música de Guimarães utiliza temas típicos da música árabe e faz uma citação d'A paixão segundo São Mateus de Bach. Muitas cenas não têm diálogos, apenas a música, que toca às vezes por vários minutos.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Raduan_Nassar







Number 3 : Toda nudez será castigada de Arnaldo Jabour, 1973

"Em Toda nudez será castigada, Nelson Rodrigues repete um de seus temas perenes, a crença no amor eterno como um baluarte contra os desgostos da vida. Mas acredita também na fatalidade do amor: porque oferece uma espécie de salvação, o amor pode se transformar numa busca desesperada, obsessiva, mórbida, levando ao suicídio ou homicídio".
David George


Este filme vale a pena assistir. A musica de Astor Piazolla dá um tom de tango portenho a um drama brasileiro, demais!Aqui o fetiche é diluído por si e em si. Tudo é contado de uma maneira tempestuosa, por vezes chocante, misturando lágrimas e gargalhadas, ópera com comédia, paixão com loucura. Em “Toda Nudez Será Castigada”, pelo contrário, não existe o fetiche e quando ele existe é diluído em sórdida ironia.







Number 4: O Céu de Suely de Karim Aïnouz, 2006

A trilha sonora produzida por Berna Cepas e Kassim é condizente com o enredo. A fotografia explora e contextualiza bem a narrativa, mas o mérito vai para a atriz principal
Hermila Guedes , que mandou muito bem!

Na categoria cinema, O Céu de Suely venceu os prêmios de melhor filme, melhor diretor e melhor atriz (Hermila Guedes), pela APCA ( Associação Paulista dos Críticas de Artes ). Ademais, outros prêmios em outros festivais internacionais e nacionais.







Number 5: Gritos e Sussurros de Ingmar Bergman, 1972

Belíssima fotografia de Sven Nykvist. O universo que explora cor vermelho-rutilante contamina todo o cenário e emoções dos personagens. Um filme sobre o universo feminino. O diálogo é solto, chegando ás vezes a ser non-sense, entremeados por gritos e sussurros.








Number 6 : Paris, Texas do Wim Wenders, 1984

Este filme entrou na minha lista ad eternum. Trilha sonora esplêndida do Ry Cooder. Prefiro não falar muito. O que mais poderia falar sobre este filme, tão simples. Sim, o personagem lembra um psicótico assim como o personagem principal de Taxi Driver. O filme, vencedor da Palma de Ouro em Cannes em 1984, é uma história intimista a respeito da solidão, do silêncio e da incomunicabilidade. O filme comercialmente mais bem sucedido do cineasta alemão Wim Wenders.

Descobri que a Nastassja Kinski é linda

“Paris, Texas” transpõe a temática favorita de Wim Wenders, a incomunicabilidade, para dois territórios que são visualmente ícones dos Estados Unidos: os desertos do Texas e a cidade caótica e pós-moderna de Los Angeles.


http://www.wim-wenders.com/movies/movies_spec/paristexas/paris_texas.htm






Number 7 : A Rosa Púrpura do Cairo (Purple Rose of Cairo, The, 1985) de Woody Allen com Mia Farrow como atriz.

Grande homenagem de Woody Allen ao cinema. De uma ironia e humor sem igual. Tem Mia Farrow no elenco.







Number 8 : Blow-Up de Michelangelo Antonioni, 1966

É um polêmico filme ítalo-britânico de 1966. O primeiro filme em língua inglesa de Michelangelo Antonioni, trouxe ao mundo a primeira cena de nudez frontal (da cantora-atriz Jane Birkin) feminina em um filme não-erótico e dirigido ao grande público. A banda The Yardbirds interpreta uma canção antes do final do filme. Ganhou o Grand Prix no Festival de Cannes em 1967.


O roteiro do filme foi parcialmente baseado no conto Las babas del diablo do argentino Julio Cortázar.





Number 9 : Dead Man de Jim Jarmusch, 1996

Dead Man é um filme teuto-nipo-estadunidense de 1995, do gênero faroeste, dirigido e roteirizado por Jim Jarmusch. O filme foi rodado em preto e branco e a música é de Neil Young.
Conta com Iggy Pop no elenco. E a trilha á fabulosa, graças ao grande Neil Young.







Number 10 : Vanishing Point de Richard C. Sarafian, 1971

Um dos filmes mais velozes que já vi. Pra quem curte anfetamina, prato cheio, ou frasco cheio, né...Colocaria de fundo em algum show da minha banda, fácil, fácil...Trilha sonora bem elaborada. O filme trata de nuances como a decadência do movimento hippie na California. E tem uma cena lá que nunca vou esquecer.