domingo, 27 de abril de 2008


Não sei para onde ir, não sei para onde eu vou. Meu corpo prendido ao terreno fértil do mundo, apreso pela força da gravidade voa e transita, quase evaporando embora ele se alinhe ao movimento de rotação da terra e da linha da marcha. Perda ponderal. Meu corpo é uma prova cabal que ainda existo. E vítima é prova das inúmeras mortes e lugares por onde esteve. Acabo me tornando a história mesmo sem nenhuma história registrada. Sendo o convés e diagnostico que entre um passo e outro do meu corpo existe o ar. E que ninguém será capaz de dissecar estas inúmeras células que se recompoem de acordo com a constelação. Ontem eu fui Jack Kerouac e fui sem ter a noção do presente em que seria. Fui Jack Kerouac irreconhecivelmente ao meu espírito e me sentei entre homens para discutir a sua obra. Tolo, tão idólatra e feliz. Arruinado na minha condição de verme impostor. Um fariseu entremeado com punhais e percevejos. Meu andar era de Kerouac, e na boca o amargo de desnecessários outros sonhos irreconheciveis quando soados por outras palavras de outros homens. Mergulhados em lagos aparentemente estamcados de idiossincrasias familiares. Faminto e desnosteado. Em busca mesmo que transeunte no profano de algo sagrado, silenciosamente sagrado. Que minha boca se cale e seja lavada com sabão, estático. Redescobri uma veia da liberdade, e o amor necessário para continuar caminhadas solitárias. Não sei para onde estarei indo, mas vejo transversais de possibilidades que me afastam cada vez mais para perto algum eu.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Red River visto de lado.

Dias velozes. Dias algozes. Dias. Que nascem, se reproduzem e morrem, e continuarão a existir mesmo sem min. Sem ti. Um rio que corre e nunca vai secar. Algozes vítimas. Algozes tardes. Filmes em camera lentas. Raciocinios confusos. Risos imotivados. Novas pronuncias. Neo-logismos singulares. Pensamentos genuinamente identicos. Produção em série. Vertigem. Escotomas. Variações do mesmo nexo sem mudar de tom.

sábado, 19 de abril de 2008



Será que eu escuto este disco aí em cima, da mesma forma que você escuta ? Eu acho que não. Não que esteja defendendo superioridades na forma de apreender o significado de arte. Mas com o tempo fica claro que a leitura de albuns, episodicos da vida, rupturas, acontecimentos são sempre subjetivos para cada especie humana e a cada gênero da especie. E o Radiohead é um bom exemplo destas linhas de paralelidades fingidas, deste mutismo metafísico que ultrapassa os avant-gardens da civilização e que convivem no consciente coletivo harmonicamente foragidos. Isto se manifesta numa breve sensação de coletividade de espirito vista em alguma apresentação do grupo, mas eles estão defendendo em nós, mais e mais, a particularidade fingida, o significado abrigado e particular que contruimos com afeto e silencio. E o In Rainbows consegue ser o ponto máximo desta parábola, a fórmula de equação de segundo grau, em que cada valor que voce dá ao X, terá um y diferente. Uma personalidade diversa da que voce escolheu que se esconde atrás destas variaveis. Com o tempo vamos descobrindo que as interpretações que escolhemos futuramente se tornarão um saco de gatos e consequentemente seremos reféns destas mesmas analogias passsadas.


Radiohead: Inaugurando os paralelismos rizomaticos, mesmo não sendo uma banda de reggae.

sábado, 5 de abril de 2008

Indicação de filminhos bacanas:


1-A Conversação (The Conversation, 1974, EUA). Diretor: Francis Ford Coppola. Elenco: Gene Hackman, John Cazale, Allen Garfield, Cindy Williams, Teri Garr. 113 min.

É o filme que Coppola fez entre os dois Poderoso Chefão e Apocalipse Now!




2-Quem tem medo de Virginia Wolf ? (Who's Afraidof Virginia Woolf?, 1966,EUA) Diretor: Mike Nichols. Elenco: Elizabeth Taylor, Richard Burton , George Segal, Sandy Dennis. 134 min.





3-Os guarda-chuvas do amor (Les parapluies de Cherbourg, 1964, França) Diretor: Jacques Demy. Elenco: Catherine Deneuve, Nino Castelnuovo, Anne Vernon, Marc Michel e Ellen Farmer.

Catherine Deneuve com apenas 20 anos, trilha sonora íncrivel, muita ingênuidade fazem deste filme o melhor musical que já assisti. Ficou faltando Lola que não tive oportunidade.




4-Mistérios e Paixões (Naked Lunch, 1991, EUA). Dir: David Cronenberg. Elenco: Peter Weller, Judy Davis, Ian Holm. 115 min.

Delírios, muito delírios. Prato cheio para qualquer psiquiatra! Esta obra do livro homonimo de william Burroughs é de transtonar a cabeça do telespectador.