sexta-feira, 14 de novembro de 2008


Transcende

Transcende corre em min
Transcende a paz derradeira
A esfinge corre inteira
Transcende meus cabelos
Os meus olhos podres no espelho
A coruja serpenteia esta praça
Meus ossos fenestrais
Ave Lucifer Tupiniquim
Tudo que há em min
É muito pouco
É quase o fim
Meu amor que ofereço é Pequeno,
Mesquinho,
Amigável,
Tolo e insuportável
Como prova do estrago
Eu juntei os restos do esparro
Numa colera ressaqueado
Reunidos solitarios no final de Domingo
Haverei de explicar ou a Deus ou ao Diabo
Como fiz tudo errado
Mesmo crendo beatificado
Sinto o vento vindo asfalto
Arrasta-me para o fim
Enrosca-se de amor inexato
Raspando todo o prato
Em pleno colapso
Serpenteia sua boca torta
Os seus braços pela porta
O seu tonto passo
Tão alegre arrastado
Tão pivete sou palhaço
Defende-me de min
E transcende-me de outro palhaço
Transcende-me de outro palhaço
Sou ere assustado
Inequivoco suportando o passo
Nestes ventos de finais de domingos recalcados.

Nenhum comentário: