sexta-feira, 12 de junho de 2009

Meu samba não se importa se desapareço

As noites do norte seguem tranquilas. Imensas. Barulhentas e educadas. O branco do bloco de notas me persegue. Me sequestra. Eu vou façando minha mente atrás de um sorriso esquecido. Bonito. Diante de um turbilhão de idéias. Outra realidade te fazendo testar. Depois daqui viverei mais um milhão de sensações. Memórias. Histórias. Uma dificuldade imensa de me expressar na língua dos homens. Eu, um quase Zaratustra. Uma metáfora no tempo. Eu queria me ver de novo. Fazer uma ligação absurda nos tempos de hoje. Eu queria voltar a sorrir olhando no fundo dos seus olhos. Queria te vê-la rigorosamente refinado olhando no fundo dos seus olhos. Queria te dizer que era. Era aquilo, não precisava de mais nada no mundo. Eu estava feliz facilmente. Garantia a min mesmo que duraria toda eternidade. E deixaria que ela me abracasse e me fincasse no universo já satisfeito. Eu que era um ponto num mapa do google. Eu que corria velozmente ao som do Sonic Youth. Eu que sonhava em ser um Thursdon Moore em New York. Um Iggy Pop debruçado sob caixas. Eu que me reconectava com o futuro e sonhava o mais puro extase que exaltasse minha arte.  Eu que ia me confundindo com os outros transeuntes me batendo pelas ruas. Eu que já tinha sido reconhecível pelos estranhos de ruas desertas. Eu mísero estranho de batismo. Inconfundível facilmente. Elétrico esperto, morria fácil sem meu consentimento. Eu que não sabia o que viria como num filme do Godard. Estava cheio de min. Precisava dela aqui. Mas ela não podia vir. Por min, por nós dois. Eu que ensaiava ela em min. Juntava seus cacos e fazia um lindo pedestral dela em min. Eu estava silenciosamente bem e não havia mais o que falar. Eu via o azul e mergulhava dia a dia. Sereno, torto. Segurei a sua mão e foi como segurar a flor de lotus. Naquele momento, uma luta feliz. Aquecida pelo seu pulsar. Iluminavámos um ao outro. No outro dia acordei e tive mil planos simples de ser feliz. Jurei a todos meus amigos invisiveis de plantão. Não sabia de quase nada que tinha vivido a minha vida inteira. E tudo não passava de um pequeno teste e a prova de que tudo poderia ressuscitar forte de verdade. De tanta humildade, considerei-me o homem mais comum dentre todos. E o que mais poderia se debater no muro do futuro. Queria me concentrar para vê-la mais calmo, sem a excitação promissora. Queria vê-la como quem não se assusta quando vai se vendo. Queria reuni-la preservando todos seus direitos. Queria vê-la no real como os sonhos guiados da imaginação, Na cozinha, no sofá. Eu queria reve-la por um instante para avisar que estou bem e partir de novo. Meu samba que me fazia desaparecer. Queria perder o orgulho. Ah..como eu mixava para esta minha infantilidade dos sórtilgeos do amor. Era amor. E por se só se justificava, tinha vida abundante. Tinha energia de sobra. Meu tempo é agora. Meu tempo não pode ser mais amanhã. Eu estava ficando velho e uma infinidade de coisas vinham atrás de min.

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