Não sei para onde ir, não sei para onde eu vou. Meu corpo prendido ao terreno fértil do mundo, apreso pela força da gravidade voa e transita, quase evaporando embora ele se alinhe ao movimento de rotação da terra e da linha da marcha. Perda ponderal. Meu corpo é uma prova cabal que ainda existo. E vítima é prova das inúmeras mortes e lugares por onde esteve. Acabo me tornando a história mesmo sem nenhuma história registrada. Sendo o convés e diagnostico que entre um passo e outro do meu corpo existe o ar. E que ninguém será capaz de dissecar estas inúmeras células que se recompoem de acordo com a constelação. Ontem eu fui Jack Kerouac e fui sem ter a noção do presente em que seria. Fui Jack Kerouac irreconhecivelmente ao meu espírito e me sentei entre homens para discutir a sua obra. Tolo, tão idólatra e feliz. Arruinado na minha condição de verme impostor. Um fariseu entremeado com punhais e percevejos. Meu andar era de Kerouac, e na boca o amargo de desnecessários outros sonhos irreconheciveis quando soados por outras palavras de outros homens. Mergulhados em lagos aparentemente estamcados de idiossincrasias familiares. Faminto e desnosteado. Em busca mesmo que transeunte no profano de algo sagrado, silenciosamente sagrado. Que minha boca se cale e seja lavada com sabão, estático. Redescobri uma veia da liberdade, e o amor necessário para continuar caminhadas solitárias. Não sei para onde estarei indo, mas vejo transversais de possibilidades que me afastam cada vez mais para perto algum eu.
domingo, 27 de abril de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário